quinta-feira, setembro 2

a diferença.

Há uns meses atrás se me perguntassem se me considerava uma pessoa xenófoba a pergunta seria um Não. Agora a resposta é diferente, tenho que admitir que tenho alguns comportamentos que podem ser considerados xenófobos.

Quantas vezes não entramos num café, bar e não pensamos “mas o que é que aqueles estão a fazer aqui?” só porque o dress code não era o que nós considerávamos mais adequado? Quantas vezes não passamos por um cigano e não verificamos se temos tudo bem guardado com receio que nos roubem?
Sinceramente… muitas.
Se vou mudar de comportamento? Muito provavelmente não, este tipo de pensamentos são nos enraizados desde crianças e os grupos sociais onde vamos crescendo vão, muitas vezes, dar força a estes ideais. A sociedade onde nascemos molda a nossa forma de pensar e de agir perante a diferença. E se eu vivo num mundo ocidental "moderno" vou sempre torcer o nariz quando ouço histórias de mulheres que não podem ter a mesma liberdade que eu, que são tratadas como escravas pelos proprios maridos, apesar de perceber que isso seja "normal"para eles.
Sim sonhamos com um mundo sem desigualdades sociais, mas nós próprios criamos as desigualdades para nos sentirmos “melhores”. Porque podemos ser inferiorizados por uns, mas acabamos por fazer o mesmo a outros , como se fosse uma espécie de cadeia hierárquica de poderes sociais.

A diferença existirá sempre, há que saber encara-la com outros olhos.

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